
António Raminhos partilhou um testemunho corajoso sobre a sua difícil relação com a época festiva…
Longe da imagem idílica de felicidade plena, o Natal é, para António Raminhos, uma batalha anual contra a própria mente.
Num texto partilhado nas redes sociais, o humorista confessou não saber “o que são natais sem medos ou obsessões”, recuando duas décadas para explicar a origem do trauma.
“Foi exatamente há uns 20 anos que, numa noite de natal, entrei em pânico com um medo e passei duas noites a vomitar e a achar que ia morrer”, recordou, explicando que foi esse episódio que o levou a procurar ajuda psicológica pela primeira vez.
Ainda hoje, a quadra continua a ser uma “época crítica”. Raminhos descreveu os sintomas que o assombraram neste dia: “Hoje já achei que ia morrer por contágio, já mudei de roupa duas vezes por achar que estava contaminado, quando dou por mim estou a lavar as mãos”. O comediante explicou que a sua cabeça o convence de que “não pode baixar a guarda”, sob pena de algo terrível acontecer.
Apesar de se questionar por que razão não pode simplesmente “ter um natal normal”, Raminhos adota agora uma postura de aceitação. “É o que é”, desabafou, garantindo que tenta focar-se menos nos rituais e mais na realidade palpável, como saber “se há rabanadas suficientes”.
A mensagem final foi dirigida a quem sofre do mesmo mal: “Os ‘e se…’ não existem para além da nossa cabeça (…) Vão lá comer lampreia e rabanadas e sonhos e isso tudo”.